Sobre a Taylor Swift na minha vida
Um texto sobre envelhecer, mas também sobre querer pertencer.
Um fato aleatório sobre mim: eu tenho uma memória muito boa para coisas sem nenhuma importância. Tudo bem, a gente sabe que a memória não é algo exatamente confiável e isso já foi tema de um outro texto aqui. Mas o que quero contar com a exposição desse fato sobre minha pessoa é de que eu realmente me lembro da primeira vez em que ouvi falar do nome da Taylor Swift. Estava lendo a revista Atrevida e, em um pedaço daquela seção que relatava “o que estava acontecendo no mundo", tinha uma foto da cantora com seus enormes cabelos encaracolados, segurando um violão. A notícia não era sobre sua música, mas sobre Joe Jonas: o cantor, que estava no auge da sua carreira e das fantasias adolescentes, havia cometido o inafiançável crime de ter terminado com Taylor por telefone.
O ano era 2008 e eu tinha 16 anos.
Não demorou para que ela começasse a aparecer nos subnicks dos meus amigos no MSN. Baixei teardrops_of_my_guitar.mp3 no 4shared e desativei o scrobbling do LastFM1 para ver qual era. Na época, gostar de cantoras como Taylor Swift era se assumir menininha e por menininha entendia-se frágil, imatura, desinteressante e outras outras coisas machistas mais. Sendo assim, muitas mulheres da minha idade viveram essa mesma questão com artistas que cantavam sobre trivialidades femininas: a de se identificar deliciosamente com cada relato, mas morrer de medo que alguém pudesse descobrir isso. Deixei a faixa de lado e só fui ouvir falar da Taylor Swift de novo um ano depois, quando ela lançou Two Is Better Than One com o Boys Like Girls.
Alguns anos se passaram até o lançamento de Red, o álbum que fez com que eu realmente prestasse a atenção na cantora que embalaria literalmente metade da minha vida, uma vez que hoje tenho quase 32 anos. We Are Never Ever Getting Back Together me fez dançar sozinha no quarto que dividia com minha irmã em Araçatuba; 22 me fez esperar ansiosamente por dois anos para poder colocar “I don't know about you, but I'm feeling 22” na bio do Instagram (é óbvio que eu coloquei) e All Too Well virou o meu hino oficial de sofrimento. Eu tinha 20 anos e estava terminando mais um namoro porque não me sentia apaixonada. E daí se não foi ele quem terminou? Sofri pelo romance que nunca viveria cantando “maybe we got lost in translation, maybe I asked for too much!” na frente do espelho.
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Com 1989, porém, tudo mudou. Foi ali que eu virei fã da cantora. O 1989 chegou em 2014, o pior ano da minha vida até então. No auge da minha depressão e problemas de autoimagem, ela chegou com o maravilhoso vídeo de Shake It Off e me sentindo acabada como eu estava, recebi aquele clipe com lágrimas nos olhos. Se ela, que era a personificação da perfeição estava apta a falhar, por que não eu? Se ela podia rir de si mesma, por que eu não poderia? Eu estava desesperada para me agarrar a algo que me oferecesse um mínimo de conforto e naquele momento eu senti o que os fãs sempre relatavam: eu senti que ela falava comigo.
Transformar um sentimento seu em uma catarse coletiva é um trabalho louvável e foi fazendo isso que a Taylor se consolidou como uma artista de massa. Suas dores eram sentidas por milhões de pessoas e ao fazer letras simples, relatando coisas igualmente triviais, ela conseguia fazer com que as pessoas realmente se identificassem com suas palavras. Todo mundo quer se sentir importante em algum nível e ter alguém com aquela visibilidade falando sobre você proporcionava exatamente essa sensação: a sensação de que você importa.
Com o talento de fazer isso acontecer, não tinha como ela não virar a pessoa mais famosa do planeta.
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Na época do 1989, também, foi quando Taylor Swift passou a se intitular feminista. Revisitando letras problemáticas escritas por uma adolescente, ela começou a contestar o patriarcado e bater de frente com homens brancos em posições de poder. Para muitas pessoas ao redor do mundo, foi a Taylor Swift a grande porta-voz do feminismo (e criadora do termo feminismo branco, talvez?) e quanto mais ela se colocava como uma mulher que só reproduzia machismo porque foi ensinada que era o que deveria fazer para ter sucesso, mais fã eu virava porque eu também estava em um momento de repensar meus discursos e de estudar o feminismo. Essa estratégia de posicionamento, olhando em retrospecto, foi genial: ali, ela não só usava da sua ignorância como um álibi para justificar todas as coisas ruins que havia escrito, como encontrava também um vilão para culpabilizar. Mas na época, eu achava apenas louvável uma artista com aquela projeção levando o feminismo para pessoas que jamais se interessariam pelo assunto.
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Com o lançamento do ótimo e subestimado reputation, me sentia assistindo uma cantora pop no seu auge, trazendo conceito, experimentações e provocações de um jeito novo e corajoso, porque ir para um caminho artístico completamente diferente daquele que te consolidou era um ato de extrema autenticidade. Nesse álbum, Taylor começava a se mostrar mais madura para seu público e no controle das rédeas de sua própria carreira, assumindo a narrativa de polêmicas que foi envolvida, dando sua versão dos fatos e mostrando que nem só de relacionamentos frustrados eram feitas suas composições. Em reputation ela fez algo completamente novo. E fez muito bem.
Não ironicamente, pra mim esse é o melhor clipe pop feito nas últimas décadas.
Ouvi o reputation à exaustão até o lançamento do Lover. Foram dois anos de intervalo entre um e outro e quando os fãs descobriram que ela registrou uma música com o Brandon Urie, fiquei empolgada como há tempos não ficava e quando aquele clipe horroroso e aquela música terrível saíram, eu me senti tachada de idiota. Se ela enxergava seus fãs como pessoas que não só aceitariam, mas gostariam daquilo, eu não queria fazer parte daquilo. Me senti constrangida.
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Eu gostaria de dizer que meu desinteresse por ela começou nas suas inconsistências, na sua incapaciadade de enxergar recortes sociais e de raça dentro do seu “feminismo”, na insuportável briga com o Kanye West e etc, mas para ser sincera, foi só quando eu me senti subjugada que esse incômodo veio. Isso não signifca, porém, que eu não tenha escutado.
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Com o lançamento de ME! eu me perguntava quando foi que aquela mulher que tinha se mostrado vulnerável de uma forma tão corajosa e inovadora passou a fazer música infantil. Eu juro que não é exagero quando digo isso: não bastasse aquele terrível “hey kids, spelling is fun!", o daycare da minha filha toca ME! para outras crianças de no máximo três anos de idade dançarem. Aquela música não fazia sentido do meu ponto de vista de fã de 27 anos, mas não precisava de nenhuma análise mais profunda para entender suas razões: ao se comunicar com um público mais jovem, mais altos os números, maior penetração em diferentes territórios e, consequentemente, mais dinheiro. Ela queria ser ouvida por todas as faixas etárias. Inclusive a de pessoas que ainda não tinham nascido ainda, aparentemente.
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Infinitamente inferior ao seu antecessor e relativamente melhor que seu primeiro single, Lover foi o álbum que ela fez quando estava no auge da sua paixão pelo Joe Alwyn e eu, que sempre fiz da depressão dos meus romances furados material de escrita, entendia mais do que ninguém que uma relação saudável pode acabar com nosso bom trabalho autoral, principalmente se ele depender de idealizações. No início de uma relação saudável, acaba-se toda a fantasia pelo amor, todas as nossas possibilidades narrativas e descobre-se o que realmente existe. Em seu livro O perigo de estar lúcida, Rosa Montero sintetiza:
“Não é nenhuma novidade dizer que, ao nos apaixonarmos loucamente por alguém, não estamos vendo a realidade desse alguém, apenas o usamos como cabide para depositar sobre ele ou ela o ectoplasma do amante ideal. Santo Agostinho chamava isso de amar o amor. Porque nós os apaixonados não amamos as pessoas, mas a excitação, a maravilhosa euforia provocada pelo fato de acreditarmos que estamos apaixonados.
Sendo assim, diante da realidade de um amor tranquilo, Lover foi um álbum que não me marcou, mas me entreteu. Ele era solar, como um começo de relacionamento.
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E então, veio o folklore e a colaboração com Aaron Dressner, Justin Vernon e até o ex-namorado Joe Alwyn. Eu fiquei obcecada como nunca antes e meu amor voltou. Parecia que ela tinha se lembrado que seus fãs tinham quase 30 anos e as letras voltaram a fazer sentido. Exile, pra mim, é a música mais bonita já feita e talvez a música que eu mais tenha ouvido na vida. Eu amava Bon Iver e ter a Taylor Swift cantando com o Justin Vernon foi uma mistura de dois mundos que eu amava fazer parte, mas que nunca cogitei que eles ao menos se encostassem. Com o folklore, pela primeira vez em muito tempo parecia que a Taylor Swift estava fazendo música e não números.
Mas aí, enquanto as músicas do folklore ainda reverberavam em mim, enquanto eu ainda aprendia a letra das minhas favoritas, veio o evermore e então eu nunca mais consegui acompanhar nada da cantora porque começou a ter muita coisa o tempo todo. Vieram as regravações dos álbuns passados. E as músicas From The Vault. E o excesso de coisas e de easter eggs e de mais vídeos e de músicas de 10 minutos e, minha senhora, quem tem tanto tempo? Eu sei que pelo olhar estratégico é compreensível: quanto mais músicas você lançar, por mais tempo as pessoas vão falar de você e em um momento onde a atenção das pessoas é mantida por uma média de 47 segundos, lançar uma chuva de coisas dia sim, outro não, faz sentido. Mas, afinal, isso é arte ou fast food?
Esse excesso foi só mais uma coisa que se juntou às várias inconsistências que me incomodaram ao longo dessa relação de quase 15 anos. Me perguntava: como se pretende fazer arte se não existe tempo para ela ser minimamente consumida?
E a resposta veio imediata: porque Taylor Swift não faz arte, ela faz dinheiro.
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Quando Maria nasceu, Taylor Swift lançou o Midnights e seus 30 álbuns diferentes que eu até hoje não entendi o que são. Com uma promessa de seguir algo fresco e maduro, me pareceu mais um enlatado de coisas iguais. Clipes constrangedores, músicas infantis e esquecíveis com apenas uma ou outra coisa que se destacava no meio de tanta coisa sem-graça (sim, estou falando de Vigilant Shit). Talvez por ter virado mãe e imediatamente ter passado a contestar tudo o que fazia parte da minha vida pré-maternidade, eu comecei e perceber que estava despertando de um transe. Eu não tinha gostado, me senti mal por não ter gostado e, pela primeira vez, eu me perguntei o porquê. Por que isso é tão importante pra mim? Por que eu não posso simplesmente deixar essa mulher pra lá? Hoje eu sei a resposta: porque é difícil demais deixar de fazer parte.
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Me assumir “fã de Taylor Swift” exigiu demais para que simplesmente se pudesse abrir mão por causa de um ou dois ou três ou setenta e cinco coisas questionáveis. Em sua zine Fan Fiction, a escritora & it girl & atriz & gossip girl Tavi Genvinson escreve:
(…) a narradora de Swift usa o amor para ser membro do mundo. Sua atuação é feminizada – obsessiva, apegada, “emocional” – mas a aprovação que ela busca não parece masculina, não realmente. Ela busca um sentimento de aceitação de uma ideia da vida real, mais do que o amor de outra pessoa, embora ele seja feito para representar todos os itens acima - para proporcionar um final feliz, se a vida pudesse terminar ali mesmo.
Quando a Eras Tour se aproximou, ao menos três escritoras que eu sigo aqui no Substack escreveram textos que se pareciam como um manifesto pelo direito de ser Swiftie. Fazia sentido: uma vez que as letras de Swift são, como Tavi escreveu, apegadas, obsessivas e reais, e que você precisa de um dose de coragem e autoconhecimento para conseguir bater no peito e dizer "é isso mesmo, eu tenho 30 anos e choro com All Too Well” você sente que precisa manter esse posicionamento porque se colocou vulnerável ao fazê-lo. Além do mais, na internet, mudar de opinião é um caminho tortuoso demais. Se você assumiu um posicionamento publicamente, é complicado demais ter que mudá-lo porque as pessoas não o aceitam. É menos custoso encontrar formas de mantê-lo.
Mais um fato aleatório sobre mim: eu não tenho problema algum em mudar de opinião e já mudei de time de futebol duas vezes2.
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Outra coisa que dificulta exercitar esse olhar crítico de quem acompanha a cantora é a comunidade que ela criou. Os Swifties são engajados e se ajudam porque se reconhecem. Eles veem na Taylor Swift uma pessoa além de ícone e que realmente se importa com eles. Para eles, ser Swiftie é fazer parte desse grupo de pessoas que são enxergues pela pessoa mais famosa do mundo. Tem um quê de importância, sabe? No livro The Age of Magical Overthinking, enquanto a autora Amanda Montell discorre sobre como as novas gerações colocam seus ídolos na posição de figuras maternas, ela cita um e-mail que recebeu de uma Swiftie. Se considerando esclarecida e racional diante de uma polêmica envolvendo venda de ingressos, ela diz:
“A Taylor não é alguém que não se importa com seus fãs. Pensar isso é tão ilusório quanto pensar que ela é sua melhor amiga".
Ou seja, ainda que cientes de que a cantora não é amiga deles, eles realmente acreditam que ela se importa. Nós somos carentes, o mundo é uma loucura, nos sentimos numa máquina de moer carne e sonhos o tempo todo. Ter alguém tão perfeito que olha para nós é algo sagrado, não é? Inevitavelmente (e é nisso que se baseia o texto de Montell, intitulado: “Are You My Mother, Taylor Swift?") colocamos esses ídolos na posição de santos. O pop é nossa nova religião, Jesus nunca foi tão cool. Ver esses ídolos como humanos que falham nos desperta reações descabidas, como se fôssemos pessoalmente traídos ou vitimizados por ele. O que aconteceu com a Ana Benevides aqui no Brasil teve mais ou menos esse efeito em mim. Eu senti que era comigo.
Simplesmente não entrava na minha cabeça alguém que sempre se colocou como uma artista próxima dos fãs, que se importava com eles e de nunca tê-los visto apenas como números, ter lidado com o caso da forma que lidou. É óbvio que ninguém esperava que ela se responsabilizasse pelo ocorrido, mas eu esperava a menor das condolências, ao menos um “eu sinto muito” no show. Uma pessoa morreu no meio da sua apresentação, como assim o máximo que você vai fazer é postar uma notinha feita pelo seu designer nos stories sem ao menos citar o nome dela? No último show em São Paulo, ela até recebeu a família da Ana no seu camarim, mas e daí? O que isso importou, no final das contas, uma vez que o auxílio para transportar o corpo foi feito pelos fãs, que o mundo já havia falado sobre isso e que todo um trabalho de PR foi feito para abafar o caso?
Eu me perguntava onde estava toda a humanidade, vulnerabilidade, sensibilidade e etc tão explorada por ela? Onde estava toda a empatia que ela vivia pedindo quando lhe convia? No final, é tudo sobre dinheiro e é ilusão a gente pensar que não seja. Os lançamentos descomunais. O gerenciamento de crise. As entrevistas. Os discursos. Os easter eggs. As músicas From The Vault. A mercantilização de um retorno ao passado num show que exalta eras. A espetacularizacão de seus relacionamentos. Tudo. Tudo é dinheiro porque estamos falando de uma fucking bilionária que tem como objetivo atingir e conquistar massas.
E sim, eu estou tendo uma epifania, como adivinhou?
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Não me empolguei pelo lançamento de The Tortured Poets Department porque já não me interessava por ela como artista. Não me animei com as artes escritas com tipografia de máquina de escrever (Typewriter Font? For lyrics about poetry? Groundbreaking!) e muito menos me interessava sobre o que ela tinha a dizer sobre um término de relacionamento onde seus fãs fizeram da vida do também artista um inferno. Mas ao mesmo tempo, eu odeio ficar por fora e é claro que quando o álbum foi lançado, eu ouvi. Depois de ter deixado minha filha no daycare, de ter entregue meus trabalhos e ter feito um bom café, sim, mas eu dei play — e eu nunca fiquei tão feliz por ter rasgado minha carteirinha de Swiftie.
Eu não vou fazer uma crítica porque esse texto aqui já disse absolutamente tudo o que eu gostaria de ter dito. Alguns fãs ainda assim tentaram defender dizendo que “ah, mas ela fez esse álbum para as pessoas não gostarem, mesmo!", ou que “nem todo mundo entende o que ela quis dizer", e eu não poderia discordar mais. Esse álbum, que é tão genérico quanto qualquer outro, concentra toda sua profundidade e poesia em uma única citação sobre o Dylan Thomas e sobre o mais famoso livro da Patti Smith. Mas ela se leva a sério, mesmo quando escreve “he knows how to ball I know Aristotle”.
Ouvir frases como essa é quase doloroso para qualquer pessoa que tenha lido mais de cinco livros na vida ou que tenha saído da sexta série. Longe de querer ser arrogante, até porque eu sou uma exímia apreciadora de coisas ruins e constragedoras, eu só não aguento mais fazer parte de uma audiência que é tratada como um bando de imbecis. Como levá-la a sério quando ela, com 34 anos, me coloca uma faixa com o título thanK you aIMee pra alfinetar a Kim Kardashian em pleno 2024? É tudo muito bobo, mas ao mesmo tempo, tudo faz sentido. Taylor Swift continua dando para os fãs exatamente o que eles precisam, independente de suas idades e apesar de infantilizar seu público cativo. Para os mais jovens, é um prato cheio de referências cabeçudas, cujas obras eles ainda não tiveram tempo para ter contato. Os mais velhos, ainda apegados, se sentirão inteligentes porque entenderão subtextos que ninguém mais consegue, uma vez que se você não gostou do álbum, você não entendeu o conceito. Todos os envolvidos saem com o sentimento de pertencimento e autoimportância renovado.
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Para cumprir com sua cota tradicional de equívocos, mas também manter a aesthetic do álbum, ela indicou uma poesia do Ted Hughes (sim, o agressor de mulheres, o problemático, a ruína da Sylvia Plath, o traidor, o sanguessuga, o infeliz Ted Hughes) que se chama Red (óbvio que sim) para os fãs lerem durante a sua (pausa) Antologia. Com suas letras em fonte de máquina de escrever e uma estética que se parece com uma pesquisa por "sad poetry aesthetic” no Pinterest, Taylor Swift realmente se esforçou para ser levada a sério, ainda que de um jeito caricato e superficial.
Porém, em uma época marcada por posicionamentos e por pretender ser mais profundo do que se é de fato ser praticamente um modus operandi, uma artista nunca esteve tão bem posicionada.
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Resumindo: Entendi que estou velha demais pra gostar da Taylor Swift e tudo bem. Com o andar da carruagem, provavelmente acompanharei minha filha em seus próximos shows. Enquanto Maria descobre as dores de seu primeiro amor, a Taylor vair cantar sobre ser incompreendida por mais um homem que quebrou seu coração. Espero que minhas costas aguentem.
Eu estou…
Lendo: Terminei Jane Eyre antes do programado e foi muito bom ter perdido o medo de ler clássicos com mais de 600 páginas. Em julho, lerei Anna Karenina. Ninguém me segura! Comecei, na sequência, o livro Deve Ter Algo Errado Comigo, da Meg Mason, e vendido como “o Flebag dos livros", cumpre o prometido: mulheres imperfeitas, desgraçadas da cabeça e todo o caos que permeia isso. Também estou lendo o The Age of Magical Overthinking, que citei aqui na newsletter.
Vendo: Logan existe, Rory largou Yale e eu não sou obrigada, então parei de rever a série porque meu tempo livre é precioso demais. Mas foi gostoso rever Gilmore Girls até onde viu, apesar disso. Também vimos em uma tacada só o Baby Reindeer e meu Deus? Já faz quatro dias e eu ainda não sei o que pensar. Que loucura.
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Recados finais
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Olá, leitor jovem que não entendeu nenhuma dessas palavras. Primeiro, saiba que eu te odeio por ainda ter tanto colágeno nessas bochechas. Segundo, saiba que eu te amo por querer ler o que essa mãe de família tem a dizer. Traduzindo, MSN era o nosso WhatsApp, onde usávamos o e-mail e não o telefone como forma de contato. Subnick era o que são as Notas do Instagram, hoje em dia. Quando ouvíamos músicas no Windows Media Player ou no Winamp, o nosso subnick atualizava automaticamente com o que estávamos escutando. LastFM era um site que registrava todas as músicas que ouvíamos e, depois, fazia rankings semanais, mensais e anuais do que ouvíamos. Scrobbling era o nome desse registro. Quando queríamos ouvir coisas condenáveis, desativávamos tudo isso e ouvíamos no sigilo. Eu me sentia uma anciã das montanhas ao explicar tudo isso.
Já torci para o Palmeiras e, hoje, teoricamente, torço para o São Paulo. Queria torcer para o Corinthians, mas fui ameaçada tanto pelo meu marido, São Paulino, quanto pelo meu pai, Corinthiano, que disse que não quer uma vira-casaca no meio do bando de loucos. Não consigo tirar sua razão.
O que dizer desse texto longo, mas que passou muito rápido? Só que percebi que compartilho muito da sua opinião sobre estar de saco cheio de Taylor Swift e eu nunca fui fã dela, rs.
Comecei a ouvir em 2021 e achei o floklore um álbum excelente, mas depois tudo se escafedeu né? A única música que eu realmente gostei do álbum novo é Florida!!! pois tem a minha cantora preferida que é a Florence + The Machine. Eu a amo como esses fãs de Taylor amam ela, mas com a diferença que quando ela dá uma escorregadas eu falo que não gostei de algo. Autocrítica é bom, e acho que a Florence não se coloca como coitada nas músicas, ela aponta o dedo primeiro pra ela mesma, acho que por isso me identifico bem mais com ela que com a Swift.
Você disse tantas verdades que eu queria comentar, mas meu comentário iria ficar gigantesco, quem sabe venho aqui logo mais para pontuar mais algumas coisas heheh.
Mas só para deixar registrado: ótimo texto e foi bem ao ponto. Muito bom mesmo!
Mihhhh! Q texto cheio de verdades da vida adulta sabe. É engraçado acompanhar sua evolução como pessoa de 22 pra 32, afinal eu leio seus textos já faz mais q isso, Deus do céu, agora eu que me sinto jurássica.
Eu nunca fui fanática da Taylor, mas super ouço as músicas dela. Só não faria sacrifício algum pra decifrar nada q ela sempre postou e/ou ir a um show etc. Mas assim, eu acho q ela capitaliza a arte faz tempo e sempre a vi como alguém inteligente por fazer isso, mais ou menos o que penso da Anitta também, que no caso também ouço mas daí a fazer qualquer sacrifício pra seguir etc já me dá fadiga rs.
Fiquei curiosa para saber o que você acha do Mcfly hoje em dia. Rola uma manifestação textual um dia será!?