Sobre apaixonamentos de alvorada,
sobre o privilégio de senti-los infinitas vezes ao longo da vida e sobre meu novo livro
Para ler ouvindo: ▶️ Alvorada, Agridoce
Quando eu morava na rua Antônio Carlos, em São Paulo, tinha o delicioso hábito de ir até o Urbe Café perto das 18h, escolher uma mesa perto do cantinho e ficar ali, com um caderno e um livro (que era aberto, mas não lido) para observar encontros alheios. A escolha não era feita por acaso: o lugar e o horário era o que eu chamava de a Hora do Date porque, quando eu era solteira, fazia muitos encontros no Urbe logo após o expediente. Eu trabalhava na Paulista, na altura do Trianon MASP, então, levava cerca de 20 minutinhos caminhando tranquilamente até chegar ao café, retocar a maquiagem, pedir um espresso e esperar pelo meu acompanhante. O Urbe foi pano de fundo para vários deles, alguns ótimos, outros sofríveis, todos com histórias que foram contadas na posteridade.
Quando eu morava na Antônio Carlos, eu estava em um relacionamento, então, essa minha mania nada mais era que uma espécie de viagem de volta aos meus antigos romances, com a diferença de que eu participava desses encontros sem fazer parte deles. Ah, como eu adorava! Eu prestava atenção nas mãos tamborilantes pela mesa, no excesso de açúcar que os mais nervosos colocavam em suas xícaras de café, nos segundos dispensados em olhares que antecipavam beijos desajeitados… Eu vibrava silenciosamente com cada bom encontro, do mesmo jeito que me compadecia pelos ruins - “já estive lá", recordava sentimentalmente enquanto bebericava meu espresso martini.
Histórias de amor sempre foram as minhas favoritas e se você me lê, provavelmente já sabe disso. Mas essas, as de histórias que não tiveram tempo de necessariamente sê-las, têm um espacinho guardadinho no meu coração (não à toa, meu filme favorito da vida é Before Sunrise1). Por isso, é com muito carinho que eu venho dividir em com vocês que assinam a minha newsletter o meu lançamento independente, o Antes de Amanhecer: Histórias de amor que se transformaram na alvorada.
Antes de Amanhecer (sim, a referência é óbvia e eu sou básica) reúne histórias de amores que foram, que não foram, que voltaram e que se estenderam. É uma coletânia de crônicas rápidas, dessas que contamos para os amigos enquanto servimos uma taça de vinho, que foi o pontapé do meu livro. Literalmente. Quando comecei a escrever Amores Eternos de Um Dia, pedi para alguns amigos me contarem histórias de amores que os marcaram, por mais que não tivessem virado relacionamentos longos. Escrevi cada uma dessas histórias que fariam parte do livro, mas que na edição ficaram de fora.
Cinco anos depois, achei que tirá-las da gaveta e deixá-las ganhar o mundo seria uma boa forma de começar 2024.
Os romances
São 8 histórias ao todo. Desapego conta a história de um date que surgiu de um grupo de compra e venda do Facebook. Budapeste é a desvirtualização de um crush gringo em uma Eutorip. Nada a Perder é daquelas histórias que começam com o famoso “o não eu já tenho". Scrap nos transporta para os primeiros romancezinhos na era do MSN (uma delícia para quem viveu a era dos webnamoros). Frank traz o meu segundo casal favorito em um encontro que dá vontade de ter vivido. Karokê é um caso agridoce e que é um prato-cheio para julgamentos (ou não, já que é ridiculamente real). Buenos Aires nos leva para uma busca por um restaurante com menu celíaco e, por fim, Alvoradas, que é meu relato do encontro mais importante da minha vida. Todas essas cronicazinhas vão renovar sua vontade de se jogar em novos romances por mais uma temporada. Ou por mais 365 dias.
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🌅 Antes de Amanhecer estará disponível a partir de 5 de março na Amazon e ficará gratuito por 2 dias. A única coisa que peço em troca é uma review e o seu compartilhamento. <3
Além de convidá-los à leitura, os convido também a se deixarem levar por esses amores de alvorada e a viverem novas histórias neste ano.
No final de tudo, somos uma junção de todas elas.
Eu estou…
Lendo: Terminei o excelente Os perigos de estar lúcida, da Rosa Montero, e comecei um que estava na minha lista há tempos e que foi bastante citado, o Ioga, do Emmanuel Carrère. Já li metade e continuo sem uma opinião formada sobre esse livro que nasceu com a ideia de ser “um livrinho sobre ioga” e se transformou no duro relato de um homem bipolar. É bom, mas tem hora que me irrita. Talvez seja por ser narrado por um homem branco e francês e isso instaure um bode inevitável em mim.
Vendo: Estou obcecada pela sexta temporada de Casamento às Cegas. AD conte comigo para tudo, Jess você é perfeita e Chelsea, por favor, faça terapia!!!!1111 Juro, nunca detestei tanto uma personagem como eu detesto a Chelsea. Poderia fazer toda uma análise sobre o comportamento dela? Sim! Vou? Jamais, porque se eu vejo Casamento às Cegas é para deixar meu cérebro liso igual peito de frango. 🙏🏻
Recados finais
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☕️ Um café por uma programação especial
Oh yeah, a partir da próxima edição (quer dizer, da próxima-próxima, já que no dia 5 será o link do livro), trarei a programação premium para os meus assinantes pagos. Vem aí!
às vezes, eu digo que o meu favorito da vida é o Before Sunset. tudo depende, mas sempre oscila entre esses dois. um dia, amo mais o que poderia ter sido; em outro, me encanto pelo que perdurou.
* essa música de abertura, a Alvorada, me foi apresentada pelo
há milênios e, desde então, tenho ela na cabeça quase como uma síntese de todas essas histórias.