1 de abril de 2024
Acordo com a sensação de que tem algo de mais ou menos 15kg esmagando meu peito. Abro os olhos assustada, com dificuldade para respirar. Vejo o peso me encarando, mostrando seus dentes enormes em um sorriso que me deixa incapaz de fazer outra coisa senão sorrir junto. “Bom dia, pititica", eu digo enquanto tiro Maria de cima de mim. “Acorda a Lala", eu peço mostrando a boneca que dorme com a gente. Ela vai acordar a Lala (a iaia, como ela diz) enquanto eu uso os poucos minutos que ela vai dedicar com a Lala para tentar acordar. Tento ficar com os olhos abertos por mais de 3 segundos. Me espreguiço. Tateio o colchão em busca do celular. “Papa-iiii!", Maria grita enquanto eu descubro que horas são. O pai, que já está acordado há bons minutos, entra no quarto já vestido, de dentes escovados e com uma tigela de cereal. “Bom dia!", ele diz rindo, indo em direção a cama para pegar aquele pequeno ser humano que, agora, está em pé e de braços para cima esperando pelo colo.
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É feriado prolongado e a escola o prolongou por outros dois dias mais para o Pro D Day. É um dia em que os professores até vão à escola, mas para fazer cursos e buscar formas de melhorar o dia e o aprendizado dos alunos. Basicamente, é um dia sem aula, o que provoca toda uma nova estruturação de horários aqui em casa. Nesses dias que Maria não tem daycare, volto aos tempos de internet discada na casa dos meus pais, onde minha irmã e eu revezávamos o computador de 1 em 1 hora. Aqui, fazemos isso para trabalhar: 1 hora eu, 1 hora João. O cochilo é um tempo sem marcador de relógio, onde os dois são beneficiados por um bônus de 1 hora e 15 minutos em média. Depois, volta o esquema. 1 hora eu, 1 hora ele. Enquanto o outro trabalha, o outro cuida de Maria e temos uma regra de ficar longe de celular enquanto brincamos. Às vezes não tem jeito: 400 notificações do Teams aparecem e você precisa ver o que está acontecendo mas, num geral, dá. Esse revezamento me mostrou na prática que sim, algumas coisas podem esperar.
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